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APROVADO INÍCIO DA GREVE DOS PROFESSORES DE UNIVERSIDADES

Professores presentes na reuniões do Setor das IFES do ANDES-SN ontem, dia 12 de maio, aprovaram a deflagração da greve da categoria no dia 17 de maio. Participaram 40 das 67 Seções Sindicais do ANDES-SN nas universidades e institutos federais, com 60 professor@s debatendo a importância da greve para que o governo atenda nossa pauta – que vai muito, mas muito além de 4% de acréscimo no nosso salário. Queremos ser valorizad@s pelo nosso trabalho, queremos condições dignas e educação pública de qualidade.

Veja os encaminhamentos da reunião:

1. Greve nacional dos docentes das Instituições Federais de Ensino Superior por tempo indeterminado a partir do dia 17 de maio.

2. Agenda:
14/15 de maio, rodada nacional de Assembleias;
15 maio, GT carreira docente;
16 de maio, reunião do Fórum dos SPFs com o governo;
17 de maio, instalação do comando nacional de greve, as 14h na sede do ANDES-SN;
17 de maio: instalação dos Comandos Locais de Greve
3. Pauta: Explicativo no item 1 da pauta – Carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, com variação de 5% entre níveis a partir do piso correspondente ao salário mínimo do DIEESE/20h, e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho; Destaque no item 2 para as pautas locais.

É muito importante que façamos um esforço para estarmos presentes às Assembleias de deflagração da greve que ocorrerão por todo o país nesta semana. Precisamos ter Assembleias representativas, principalmente porque o governo já acenou com a publicação de uma MP em caráter de urgência na 2ª feira que atende a uma parte do acordo firmado em agosto do ano passado – incorporação da GEMAS/Gedbt e aumento de 4% (que sequer repõe a inflação do período), mas deixa de fora a nossa carreira e os adicionais de insalubridade e periculosidade. A avaliação comum durante a reunião do Setor das IFES de ontem é de que este gesto é mais uma cortina de fumaça levantada pelo governo para tentar impedir a greve que, neste momento, seria extremamente prejudicial a ele. Além disso, abortar a greve dos docentes das IFES servirá também de freio para a deflagração da greve de outras categorias dos SPF, notadamente aquelas ligadas à Educação, como o SINASEFE e a FASUBRA.

As Universidades que ainda não aprovaram o indicativo de greve deverão construir a sua mobilização visando a entrada em greve o mais rápido possível. Portanto, é fundamental que também estejamos presentes nestas universidades, chamando outros docentes para esta construção.

E VAMOS À LUTA!

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Manifesto CONTRAPONTO

Vemos se repetir ao passar dos anos na UNIFESP, um modelo de debate que propõe de forma exaustiva as seguintes indagações: “que universidade nós queremos?”, “que ideal de sociedade nós queremos”?”. Contudo, essencialmente nas últimas semanas do debate público que vem se intensificando na comunidade acadêmica, não é difícil perceber que tais questões jamais sairão do terreno vago das suposições se não respondermos a uma questão crucial que pontua todas as demais, nunca antes respondidas: “quais instrumentos dispomos nesse momento a fim de construir o movimento estudantil eficiente que queremos ver?”.

O modelo vigente de assembleias, comandos de greve e comissões coloca o estudante em uma situação limítrofe, onde aquele que opta por tornar pública a sua opinião, necessariamente tem de tornar pública a sua figura. Dessa forma, sua imagem fica exposta à avaliação rigorosa dos demais sob a pena – nada remota – de receber vaias e gritos de hostilidade. Assim, as assembleias revelam-se espaços de reprodução do senso comum, de rechace de opiniões adversas, de intolerância e de discursos autoritários e inflamados. Revela-se como espaços não da democracia, mas da aclamação da crítica vã e da retórica vazia, bem como espetáculos de hostilidade.

As assembleias, enquanto espaços de autogestão das atividades do corpo discente, devem ser lugares propícios ao diálogo, à tolerância e ao respeito. Todo e qualquer estudante deve ter sua fala assegurada e respeitada igualmente, independente de seus credos e filiações político-partidárias, religiosas, etc. Essa é uma condição sine qua non para que se garanta um movimento democrático, pois democracia sem pluralidade, sem diversidade, é uma ditadura da maioria sobre as minorias. É domínio faccioso sobre a variedade de opiniões dos estudantes do campi. Portando, declaramos aqui que não somos adeptos a esse modelo.

As discussões que temos realizado nos levam a concluir que esse modus operandi tão costumeiramente utilizado, e repetido por nosso movimento estudantil se mantém vigente primordialmente devido ao caráter ideológico atual, que surge com déficit de planejamento. A inexistência de entidades estudantis permanentes e de maior abrangência impossibilita, de um lado, a mobilização constante dos estudantes, e gera, de outro, o predomínio dos atuais grupos.
Como consequência, temos a grave dificuldade de organização e de diálogo e, especialmente, de negociação com os poderes instaurados na universidade (as tão citadas burocracia e hierarquias acadêmicas). Como exemplo dessas dificuldades tivemos a demora de cerca de 2 semanas para a elaboração de uma pauta de reinvindicações. O histórico mais recente evidencia ainda mais a problemática: após mais de um mês da instauração da greve atual é que finalmente se formou uma comissão de negociação.

Esse atraso nos avanços da greve é fruto também da inversão lógica que tem sido feita das mobilizações estudantis. O desenvolvimento do movimento deve passar por algumas etapas, necessárias para a maturação das ideias e reinvindicações: 1) discussão da pauta; 2)negociação da pauta; e, por fim, se houver a resposta negativa dos poderes estabelecidos, 3) debate aberto sobre a necessidade de utilização do recurso de paralisação. O método inverso que é adotado pelos representantes atuais apenas tem gerado desgastes e frustrações.

Como dito, acreditamos que isso seja resultado da ausência de entidades de representação estudantil que dê às mobilizações um caráter de constância.

Dessa forma, propomos:

1) que o movimento passe a se focar incansavelmente nas negociações, ao invés de agir de forma a enfatizar relações de força, que se revelam como formas improvisadas e autoritárias de comando.

2) que formem-se grupos que avaliem aprofundadamente as demandas da nossa pauta, de maneira a poder esclarecer aos estudantes a viabilidade das demandas, os processos judiciais que lhe cabem e que apontem os poderes com os quais devemos negociar quando as reinvindicações não estiverem na esfera universitária, de forma que nossa luta seja clara e objetiva;

3) que inicie-se o processo de construção de um Diretório Acadêmico, que organize as discussões relativas ao estatuto do DA e forme um calendário visando o processo eleitoral pelo modelo de chapas;

Por fim, repudiamos:
1 ) o uso de “piquetes excludentes”, ou seja, a intimidação aos alunos que não aderiram a greve, de forma que isso apenas lhes afasta ainda mais das movimentações estudantis;

2 ) a falta de respeito nas assembleias, declaramos repúdio total às vaias. Reafirmamos que o movimento estudantil é um espaço de pluralidade, variedade, tolerância e respeito, e que as vaias condizem com espaços de alienação e não de emancipação;

3) o fim do espírito de “queda de braço”.É necessário dialogar com docentes, funcionários, e também com os as instituições burucráticas. As opiniões amplamente difundidas de que os docentes são “apenas reacionários” impedem o crescimento qualitativo do movimento e culminaram, após uma série de tensões e em desententimentos entre o movimento estudantil e os docentes.

Assinam esse manifesto alunos do campus Guarulhos-Unifesp

Chamado para assembléia no campus DIADEMA

Informamos que amanhã, Segunda-feira, dia 14 de maio de 2012 acontecerá no campus da UNIFESP em Diadema uma assembléia de alunos, a ser realizada as 12:30 hrs no espaço CONFORJA.

Seria importante que algum aluno do Campus de Guarulhos pudesse comparecer para levar aos alunos a nossa situação e explicar o que acontece por aqui.

Fica então o chamado para quem puder participar!

Nota de esclarecimento sobre a próxima Assembleia Geral

Com a finalidade de esclarecer a todos estudantes acerca da próxima Assembleia Geral, e para que não se crie confusão, nem atropelo como houve na última semana, informamos que em reunião do Comando de Greve, foi decidido que o movimento realizará atividades essa semana, tendo em vista acumular um grande debate para a Audiência com o MEC, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, assim como uma manifestação no local. E que após essa Audiência Pública, que será dia 21, acontecerá a Assembleia Geral, convocando todos os estudantes, para que se possa discutir a conjuntura do movimento, com informações precisas, para que se possa definir os rumos de nossa greve.

Uma Assembleia Geral dos Estudantes, no atual momento, não tem em vista colocar de forma “solta e aleatória” a continuidade ou não da paralisação, mas sim, apresentar os trabalhos feitos pelo comando de greve, as reuniões de negociações, as pressões através de atos e ações do movimento, para que, diante de todo esse cenário, os estudantes possam debater e deliberar os próximos passos, tendo em vista as conquistas de nossas reivindicações.

E por fim, cabe aqui ressaltar que, durante a greve dos estudantes do campus Guarulhos, um “chamado de uma Assembleia Geral” que paute o próprio movimento, e seus rumos, tem toda legitimidade, desde que, pautada e discutida nos fóruns do movimento: comissões e comando de greve. O microfone é aberto e qualquer estudante pode pautar a necessidade de uma Assembleia Geral, e argumentarem favorável e contrariamente: é uma questão de livre discussão, de propor, e deliberar. Contudo, uma Assembleia Geral que paute o movimento, mas que seja exterior a ele, além de ter sua legitimidade altamente contestada, soa como uma provocação que em nada contribui para a nossa construção.

Assim, a próxima Assembleia Geral dos Estudantes, será realizada não nessa semana, mas na seguinte, após a Audiência Pública. Para termos enfim, certezas e perspectivas de avanços na conquista de nossas reivindicações.

Machismo não passará!

No dia 11 de maio, quinta-feira, dia da assembleia geral dos estudantes, nos deparamos infelizmente com casos de violência que dizem respeito a uma das maiores bárbaries que vivemos em nosso sistema. Viemos aqui, formalmente, repudiar esta ação, como mulheres, estudantes e ativistas feministas.

Vale lembrar que o machismo não está só nas violências explícitas, mas também da forma mais rasteira e sutil. Um exemplo é um homem levantar a voz para uma garota numa discussão. Sabemos que culturalmente as mulheres são educadas para serem silenciosas, falarem mansamente, enquanto os homens são os “valentes” que levantam a voz. Denunciamos, então, qualquer forma de exaltação que um homem faz para impor seu respeito em um debate com uma mulher.

Também podemos observar que quando uma mulher toma o comando da mesa da plenária, a mesma é “atacada” por homens querendo intervir na fala, tomar o microfone, enquanto quando um homem conduzia a mesa, o mesmo não acontecia. Por que será?

Enfim, denunciamos veemente as agressões físicas e verbais com as companheiras. Não admitimos de forma alguma a ação do rapaz que xingou a colega de “vagabunda” e logo em seguida iniciou um confronto físico. Vivemos em um país onde a cada 2 minutos, 5 mulheres são agredidas. Não podemos admitir que esse ato bárbaro também se dê no nosso movimento estudantil. É fato que existem divergências políticas, mas nada justifica a agressão física, os xingamentos pejorativos e a imposição machista nas ações. Aos que defendem o agressor, que fique claro: só existe opressão quando o oprimido assim se sente. E foi o que aconteceu!

No mais, também fazemos uma defesa e um alerta: que os grevistas não se utilizem da sua situação para agir de forma machista tanto como suas companheiras, tanto com os não-grevistas. Que as divergências políticas não se confundam com agressão e opressão.

Abrimos espaço aqui para que os agressores se retratem. E avisamos de uma vez por todas que as mulheres podem (e devem!) se organizar e a cada ato machista, iremos rechaçar e não haverá hesitação em um escracho público. Somos mulheres, queremos respeito e as opressões não serão aceitas em nossa universidade! Pelo fim do machismo, racismo e a homofobia! Nenhuma forma de opressão será tolerada!

‘Se cuida, se cuida seu machista. Que a universidade vai ser toda feminista!’

Docentes da Unifesp de Diadema realizam paralisação nesta quinta-feira (10)

Docentes da Unifesp de Diadema realizam paralisação nesta quinta-feira (10)

Notícia

Uma paralisação de 24 horas está sendo realizada pelos docentes da Unifesp de Diadema nesta quinta-feira, 10 de maio. O intuito é reunir as professoras e professores das quatro unidades do campus, para debater temas como carreira, salários, previdência e qualidade educacional, além do indicativo nacional de greve aprovado pelo setor das universidades federais do ANDES-SN. As atividades acontecem no anfiteatro José de Filippi, na unidade Eldorado, das 9 às 17 horas. No período da noite também não haverá aulas.

Um dos principais debates será relativo à reestruturação da carreira dos docentes das universidades federais, atualmente em negociação entre o governo e representantes dos professores. A proposta do ANDES-SN e a apresentada pelo governo federal estão na pauta. A ideia é não apenas debater a repercussão direta para a categoria, mas também seu impacto na qualidade da educação de maneira mais ampla. Uma mudança prejudicial aos docentes, por exemplo, poderia afastar professores e pesquisadores das Instituições Federais de Ensino Superior.

O Fundo de Previdência dos Servidores Públicos Federais, Funpresp, aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidente Dilma Rousseff, será debatido a partir de uma explanação da Assessoria Jurídica da Adunifesp-SSind. Os servidores federais que ingressarem a partir de agora terão garantida a aposentadoria integral apenas até o limite do teto do INSS, hoje em R$ 3.916. Para um valor acima deste, os servidores deverão contribuir ao fundo de previdência complementar. O ANDES-SN e outras entidades repudiaram essa medida de privatização e pretendem ingressar na Justiça com uma ação de inconstitucionalidade.

A tramitação dos Projetos de Lei 2203 e 2134 também está na pauta. O primeiro foi fruto do acordo entre governo e entidades dos docentes federais, assinado em agosto de 2011, e estipula a incorporação das Gemas ao salário base e aumento de 4% sobre toda a remuneração, a partir de março. A matéria aguarda aprovação do Congresso Nacional e o governo garante que após a votação os benefícios serão retroativos. Já o segundo PL trata da criação de novas vagas de docentes, servidores técnico-administrativos, cargos de direção e funções gratificadas nas universidades federais, medida mais que urgente e que atualmente encontra-se em tramitação no Senado.

Por fim, os docentes do campus Diadema da Unifesp debaterão o indicativo de greve nacional a partir do dia 17 de maio e encaminharão outras iniciativas de mobilização da categoria.